Ela é mulher

Ela é mulher. Ela é o que ela quer. Ela é a essência do universo. Um poema ainda aberto. Novas trovas, velhas rimas, mil versos. Cada uma, sem igual composição. Harmonia, abraço, compasso, beijo, coração. Seu riso, rio cheio, mar aberto, canção. Fora ou dentro do padrão. Livre, leve, solta, avião. Ela é chave, é fechadura. É meiga, é madura. Ela é grito, sussurro, ternura. Seu olhar indecífravel é coragem. Seu jeito selvagem, vaidade. Chega entrando, invade, nem pede passagem. Ela é de verdade. É mulher! Poesia fácil, poema complexo, nada frágil, é o sexo forte. Cabelão ou curtinho, saião ou vestidinho, Black Power ou alisado,
não importa, tá lacrado. De toda raça e toda cor, de todo credo e todo amor, ela é única, é linda. Feminista ou feminina, senhora ou menina, do asfalto ou da trilha. Ela vai pra todo lugar. Ela corre, nada, pedala, se esforça pra chegar. Só no vinho ou só no chá, de dança ou de louvar, da academia ou do sofá, ela escolhe onde ficar. Ela é policia, ela é bombeira, é professora, é faxineira, é juiza, é enfermeira, ela é dona de casa, ela é dona de tudo, do meu, do teu, do nosso mundo. Ela é a certa e a errada, é sem rabisco ou tatuada, tá voando ou tá parada, ela é ela, ela é dela. Ela é mãe, é esposa, é mocinha, é solteira, é guerreira. É manhosa, é esperta, é faceira. Mulher que leva tudo a sério, ou leva tudo na brincadeira. Ela não tem fórmula, ela vem sem manual, não tem receita. Ela faz, ela fez, é verdadeira. Vou redigir, repetir, insistir. Anota aí: Ela é MULHER! MULHER! MULHER! Ela PODE, FAZ e É, o que ela QUISER!


Cleonio Dourado